Índice de Gini da renda domiciliar per capita - B.9 - 2012
As fichas de qualificação estão em processo de revisão. Os conceitos aqui apresentados podem não corresponder ao efetivo conteúdo dos indicadores de 2012.
- Conceituação
Mede o grau de concentração da distribuição de renda domiciliar per capita de uma determinada população e em um determinado espaço geográfico.
- Interpretação
- Quando o índice tem valor igual a um (1), existe perfeita desigualdade, isto é, a renda domiciliar per capita é totalmente apropriada por um único indivíduo. Quando ele tem valor igual à zero (0), tem-se perfeita igualdade, isto é, a renda é distribuída na mesma proporção para todos os domicílios.
- Quanto mais próximo da unidade, maior a desigualdade na distribuição de renda.
- Usos
- Analisar diferenciais na concentração da renda pessoal ao longo de toda a distribuição de renda.
- Contribuir para a análise da situação socioeconômica da população, identificando segmentos que requerem maior atenção de políticas públicas de saúde, educação e proteção social, entre outras.
- Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas de distribuição de renda.
- Limitações
- A informação está baseada na “semana anual de referência” em que foi realizada a pesquisa, refletindo apenas a renda informada naquele período.
- Os dados são fornecidos espontaneamente pelo informante, que pode ser seletivo nas suas declarações.
- A fonte usualmente utilizada para construir o indicador (PNAD) não cobria até 2003 a zona rural da região Norte (exceto Tocantins). Além disso, a PNAD não permite a desagregação dos dados por município.
- Esse índice é pouco sensível a redistribuições de renda que afetam os extremos inferiores da distribuição1.
- Fonte
IBGE: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
- Métodos de Cálculo
O coeficiente de Gini se calcula como uma razão das áreas no diagrama da curva de Lorenz. Se a área entre a linha de perfeita igualdade e a curva de Lorenz é a, e a área abaixo da curva de Lorenz é b, então o coeficiente de Gini é a/(a+b). Esta razão se expressa como percentagem ou como equivalente numérico dessa percentagem, que é sempre um número entre 0 e 1.

O coeficiente de Gini pode ser calculado com a Fórmula de Brown, que é mais prática:
onde:
G = coeficiente de Gini
X = proporção acumulada da variável “população”
Y = proporção acumulada da variável “renda”
Se existe perfeita igualdade, então todos tem a mesma renda e pode-se escolher quaisquer dois indivíduos para colocar na fórmula que dará o mesmo resultado. Escolhendo-se o primeiro e o último indivíduo, então (Xk+1 – Xk = 1) e (Yk+1 + Yk = 1) e G fica igual a zero. No caso de desigualdade máxima, apenas um indivíduo detém toda a renda do país, quaisquer indivíduos escolhidos dará (Yk+1 + Yk = 0), e G fica igual a um. Essa soma é, então, sempre um número entre 0 e 1.
- Categorias Sugeridas para Análise
Unidade geográfica: Brasil, grandes regiões, estados, Distrito Federal e regiões metropolitanas.
- Dados Estatísticos e Comentários
Índice de Gini por ano, segundo grandes regiõesBrasil, 1992, 1995, 1998, 2001, 2004, 2007 e 2008 | |||||||
Região | 1992 | 1995 | 1998 | 2001 | 2004 | 2007 | 2008 |
Brasil | 0,580 | 0,599 | 0,598 | 0,594 | 0,570 | 0,554 | 0,545 |
Norte | 0,560 | 0,585 | 0,582 | 0,566 | 0,540 | 0,533 | 0,510 |
Nordeste | 0,591 | 0,602 | 0,609 | 0,598 | 0,581 | 0,564 | 0,556 |
Sudeste | 0,544 | 0,564 | 0,563 | 0,564 | 0,539 | 0,520 | 0,514 |
Sul | 0,545 | 0,563 | 0,555 | 0,545 | 0,519 | 0,502 | 0,493 |
Centro-Oeste | 0,586 | 0,581 | 0,599 | 0,595 | 0,569 | 0,572 | 0,564 |
-Notas
1 Um bom indicador de desigualdade deve atender alguns critérios: ser insensível a mudanças de escala ou transferências proporcionais: (i) deve ser independente em relação à media da distribuição, isto é, não sobre alteração se todas a rendas forem alteradas na mesma proporção; (ii) permanecer inalterado se o número de pessoas em cada nível de renda se alterar na mesma proporção; (iii) uma transferência de uma pessoa mais rica para outra mais pobre deve melhorar o indicador de renda (isto é, ele deve mostrar queda na desigualdade; (iv) apresentar sensibilidade maior para transferências entre pessoas na parte inferior da distribuição do que entre aquelas na parte superior; (v) ser aditivamente decomponível. (Fundação João Pinheiro. Definição e metodologia de cálculo dos indicadores e índices de desenvolvimento humano e condições de vida. In: UNDP. Relatório de Desenvolvimento Humano, 2000.
As fichas de qualificação estão em processo de revisão. Os conceitos aqui apresentados podem não corresponder ao efetivo conteúdo dos indicadores de 2012.